Somos treinados, desde cedo, a amar mais aos outros do que a nós, pois aprendemos que ao doar nosso amor, recebemos de volta a atenção do outro. E isto é tudo que precisamos para termos avalizadas nossas qualidades e nosso valor.
Infelizmente, a maioria dos pais não têm consciência do quão importante é o ato de estimular e fazer crescer nos filhos o amor-próprio e a auto-estima.
Ao invés disso, cobram-lhes a perfeição ou comparam-nos com outras crianças e jovens que consideram mais talentosos que os próprios filhos.
Criam, então, pessoas medrosas, inseguras e incapazes de ver em si qualidades suficientes para que sejam valorizadas pelos outros.
Como não se pode apagar o passado, de nada adianta culpar os pais ou ficar lamentando o que não aconteceu. O que nos resta é desconstruir esse eu e fazer nascer em seu lugar alguém que consiga perceber em si as qualidades com as quais veio ao mundo.
Ninguém, por mais desencaminhado que esteja pela negatividade e o desamor, é desprovido de algum talento e de potencial para a realização. Esta é uma condição inerente ao ser humano, visto que o divino nos dota a todos dos mesmos poderes, sem distinção. As condições de vida de cada um é que determinarão o grau de distanciamento desse estado natural.
A tarefa não é fácil, mas é possível, sim, reverter o sentimento de auto-rejeição que muitos ainda carregam. É necessário um esforço consciente para apagar os registros negativos que abalaram a fé em seu próprio poder.
O primeiro passo é parar de comparar-se com os outros, pois não importa que existam seres mais inteligentes, bonitos ou realizados que nós.
A tarefa primordial consiste em ouvir nosso coração e descobrir o que ele tem a nos dizer sobre quem, de fato, somos e do que precisamos para sermos felizes.
A resposta sempre virá, desde que estejamos empenhados verdadeiramente em ouvi-la. O passo seguinte é reunir a coragem necessária para correr atrás de nossos objetivos, com a consciência de que a vida algumas vezes colocará obstáculos em nosso caminho.
Mas, se estivermos plenamente imbuídos de compaixão e de amor incondicional por nós mesmos, nada será capaz de nos fazer desistir da felicidade que acreditamos merecer.
Quanto mais conseguirmos rir de nossos tropeços e de nossa tendência a assumir o papel de maiores vítimas do mundo, mais próximos estaremos de aceitar amorosamente quem somos e enxergar com clareza nossas virtudes.
Criando a própria vida
Criamos continuamente possibilidades em torno de nós, mas nos surpreendemos quando elas acontecem. Vigie bem suas idéias e observe como elas criam sua vida. Alguém pensa que é um fracasso, que não vai fazer nada na vida. Realmente, essa pessoa não irá fazer nada porque sua idéia está criando a sua realidade. Quanto mais ela achar que não está conseguindo nada, quanto mais essa idéia for reforçada pelo feedback, mais ela achará que está se tornando um fracasso. Cria-se um círculo vicioso.
Quem pensa que vai ter sucesso, é bem-sucedido; quem pensa em ficar rico, enriquece; quem pensa que não vai enriquecer, permanece pobre. Experimente e você ficará admirado; algumas vezes, nem vai acreditar.
Se um homem pensa que jamais encontrará um amigo, ele não encontrará. Ergueu em torno de si a Muralha da China; não está disponível. Ele precisa provar que sua idéia está certa, lembre-se. Mesmo que alguém se aproxime com grande cordialidade, será rejeitado. Ele precisa provar sua idéia; está muito comprometido com ela. Não irá se desviar dessa idéia, porque ela é uma parte importante de seu ego. Ele precisa provar ao mundo que tinha razão, que ninguém pode ser seu amigo, que todos são inimigos. E pouco a pouco todos se tornarão seus inimigos.
Observe a sua mente. Você está constantemente criando sua vida, está constantemente fabricando sua vida.
Osho, do livro "Vá Com Calma"
0 Comentários
Quer dar a sua opinião?