O Médico Gordo
Outro dia uma amiga minha me perguntou se eu, sendo gordo, vou dizer que pra um paciente que ele precisa emagrecer quando eu estiver trabalhando. Se eu, com meus bons quilos a mais vou ter a cara de pau de mandar uma senhora tão farta quanto eu perder peso, pro bem da saúde dela. Se eu vou ser capaz de fazer o tal do faça o que eu diga, não faça o que eu faço.
Minha resposta foi um não, obviamente. Tá, na verdade minha resposta foi um não seguido de uma explicação de quarenta e cinco minutos que fez minha amiga entender claramente que ela não devia me fazer perguntas se quisesse respostas curtas, mas isso não vem ao caso.
Cara, eu NUNCA vou mandar meu paciente emagrecer ou dizer que ele tem que perder peso. Porque, amigo, eu não pretendo ser a mãezinha de ninguém. Meu trabalho não vai ser mandar nos outros tirando enfermeiras, claro. Você nunca vai me ver dizendo pra um paciente o que ele tem ou não que fazer.
Não vou ser médico que dá ordens, mano, quero ser médico que dá escolhas.
Porque ser gordo é a minha escolha. Eu poderia fazer academia, comer verduras, comprar um AB Toner Master Golden, subir até o meu apartamento só de escadas, beber um daqueles shakes da Luciana Gimenez, virar bulímico. Mas, sabe qualé? Não tenho força de vontade pra decidir que quero deixar de ser gordo e perder peso.
Ser saudável e mais magro não me atrai tanto quanto um hotdog com frango do Demetrius. E se eu me fuder depois com hipertensão, infartos, AVCs ou AIDS, well fuck, foi a escolha que eu fiz e vou ter que aguentar as consequências.
E, cara, como gordo, eu posso te dizer que, se você não quer emagrecer, não vai ser um babaca de branco que vai te obrigar.
Além do mais, ao meu ver, o trabalho do médico não é escolher o melhor pra saúde do paciente. Issae só o próprio pode fazer. O cara do estetoscópio tem é indicar quais os tratamentos possíveis e o que a literatura tem a dizer sobre cada um.
Pra isso, eu não preciso ter músculos abdominais capazes de quebrar uma pedra.
Então é por isso que, no futuro, eu nunca vou mandar um paciente emagrecer. Mas eu vou deixar claro pra ele como a atividade física e a alimentação saudável estão associados com menor risco de doenças e como a obesidade é justamente o oposto. O que, logicamente, mostra que vai ser ele quem deve escolher entre menos problemas de saúde e o Cheddar McMelt na noite de quarta.
Faça o que eu diga, não faça o que eu faça? Não. Mais pra faça o que quiser,dane-se o que eu faço.
Minha resposta foi um não, obviamente. Tá, na verdade minha resposta foi um não seguido de uma explicação de quarenta e cinco minutos que fez minha amiga entender claramente que ela não devia me fazer perguntas se quisesse respostas curtas, mas isso não vem ao caso.
Cara, eu NUNCA vou mandar meu paciente emagrecer ou dizer que ele tem que perder peso. Porque, amigo, eu não pretendo ser a mãezinha de ninguém. Meu trabalho não vai ser mandar nos outros tirando enfermeiras, claro. Você nunca vai me ver dizendo pra um paciente o que ele tem ou não que fazer.
Não vou ser médico que dá ordens, mano, quero ser médico que dá escolhas.
Porque ser gordo é a minha escolha. Eu poderia fazer academia, comer verduras, comprar um AB Toner Master Golden, subir até o meu apartamento só de escadas, beber um daqueles shakes da Luciana Gimenez, virar bulímico. Mas, sabe qualé? Não tenho força de vontade pra decidir que quero deixar de ser gordo e perder peso.
Ser saudável e mais magro não me atrai tanto quanto um hotdog com frango do Demetrius. E se eu me fuder depois com hipertensão, infartos, AVCs ou AIDS, well fuck, foi a escolha que eu fiz e vou ter que aguentar as consequências.
E, cara, como gordo, eu posso te dizer que, se você não quer emagrecer, não vai ser um babaca de branco que vai te obrigar.
Além do mais, ao meu ver, o trabalho do médico não é escolher o melhor pra saúde do paciente. Issae só o próprio pode fazer. O cara do estetoscópio tem é indicar quais os tratamentos possíveis e o que a literatura tem a dizer sobre cada um.
Pra isso, eu não preciso ter músculos abdominais capazes de quebrar uma pedra.
Então é por isso que, no futuro, eu nunca vou mandar um paciente emagrecer. Mas eu vou deixar claro pra ele como a atividade física e a alimentação saudável estão associados com menor risco de doenças e como a obesidade é justamente o oposto. O que, logicamente, mostra que vai ser ele quem deve escolher entre menos problemas de saúde e o Cheddar McMelt na noite de quarta.
Faça o que eu diga, não faça o que eu faça? Não. Mais pra faça o que quiser,dane-se o que eu faço.
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