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Mas que bagunça! 
por Melissa Cerozzi

Guia prático ensina como organizar, limpar e planejar a arrumação de uma casa e pôr fim ao caos!

Objetos espalhados pela casa, falta de tempo constante, contas que não foram pagas por causa do ‘esquecimento’...ufa! Vai ser desorganizada assim lá longe! Toda manhã a mesma situação: você perde tempo vasculhando as chaves entre a bagunça acumulada para poder chegar ao trabalho com o mínimo atraso possível. Achá-las, muitas vezes, é como procurar uma agulha no palheiro. No escritório, pilhas de documentos amontoadas sobre a mesa. Em casa, o quartinho de dispensa está cheio de objetos guardados para ‘caso um dia você precise usá-los’. O guarda-roupa está lotado de peças e bugigangas inúteis. Na sala, o tapete e o sofá viraram moradia do cachorro junto com os brinquedos das crianças que, toda vez, atrapalham a passagem e faz alguém tropeçar ‘sem querer’. No canhoto do talão de cheques, nenhuma anotação. Páginas em branco também na agenda, onde deveriam constar compromissos importantes marcados para a data. As contas a pagar ‘sumiram’ assim como sua paciência e o asseio pela casa. Embora pareça exagero, a confusão acima é comum para muitas pessoas que ‘sofrem’ com o desafio de realizar pequenas tarefas no dia-a-dia. “Em muitas famílias ocupadas, a bagunça, a desorganização e a sujeira interferem constantemente nas atividades diárias. (...) A bagunça fica entre você e as coisas que quer fazer. Numa casa bagunçada, quase toda ação é prejudicada e dificultada”, descreve Cynthia Townley Ewer autora do livro “Acabe com a Bagunça” (Editora Publifolha) que ensina técnicas práticas para deixar tudo organizado e planejar o dia-a-dia com facilidade, ajudando até os mais bagunceiros a pôr fim ao caos.

Marcada pelo acúmulo de coisas e falta de organização, a bagunça pode ser proveniente do comportamento psicológico como a falta de atenção às prioridades levando ao desânimo motivado pelo acúmulo de tarefas pendentes, o que contribui – e muito – para o aspecto bagunceiro. A ‘mania’ de guardar objetos, em alguns casos, pode ser decorrente de sentimentos de culpa, de medo ou apego sentimental, gerando a Síndrome da Acumulação. “Os acumuladores não são capazes de jogar coisas fora e de tirar o lixo. Vão acumulando coisas inúteis por anos, chegando ao ponto de não terem espaço para transitar ou criar insetos e ter a liberdade restringida. Passam uma vida sem conforto, mas acreditam guardar coisas importantes para o futuro mesmo tendo o presente comprometido. Isso pode ocorrer por sentimentos de culpa, de medo ou apego sentimental. O tratamento é baseado na perspectiva comportamental”, alerta a psicóloga cognitivo-comportamental Irene Araújo Corrêa. “Acumular objetos pode não caracterizar um simples jeito de ser. Ser previdente, organizado é uma coisa. Quando em excesso, acumular objetos pode ser um indicador de colecionismo, isto é, pode ser um dos sintomas do Transtorno Obsessivo Compulsivo”, explica a psicoterapeuta comportamental Vera Regina Lignelli Otero, da Clínica Ortec em Ribeirão Preto.

Mas, problemas à parte, a desordem toda pode indicar apenas um desleixo e o estilo de vida de uma pessoa. “Existe uma tolerância para guardar as coisas. Mas determinados itens, como agendas velhas, podem contribuir com a bagunça. É preciso desenvolver o senso prático para neutralizar a insegurança em se desfazer de algo. E o que realmente for relevante, precisa de organização para ser guardado. A organização não é questão de habilidades especiais, é questão de bom senso, atitude e vontade”, conclui Irene. Seja como for, a bagunça é sempre um empecilho à sobrevivência. Prova disso é uma pesquisa feita com duas mil mulheres entre 18 a 80 anos, na Grã-Bretanha. Realizada pela emissora de TV Discovery Home & Health e divulgada pelo jornal The Independent, em 2006, o estudo mostrou que para 59% das entrevistadas “a sujeira e a bagunça as deixam tensas” e que a faxina lhes proporciona “um sentimento de controle sobre suas vidas”. Já 58% das mulheres disseram que “se sentem deprimidas quando a casa está desordenada”. Apenas 4% das entrevistadas encaram a tarefa de arrumar a casa como “perda de tempo”. “Existem pesquisas que comprovam que a bagunça do ambiente físico causa desordem mental, que por sua vez pode gerar distúrbios emocionais que se revelam em forma de perda da auto-estima, estresse, irritação, frustração e até depressão. Muitos profissionais capazes tecnicamente deixam de ser promovidos pela imagem de desorganizados que transmitem às pessoas”, diz a gerente de marketing e organizadora profissional do Grupo OZ Sistema de Organização – Organize sua Vida – Kelley Lara.

Por favor, ponha ordem na ‘casa’!
Tudo bem, é claro que não existe vida sem bagunça. E também não é nada fácil – e nem o correto – querer colocar a vida em ordem do dia para a noite. Mesmo porquê acredita-se que cada pessoa tenha no mínimo 10 mil objetos pessoais. E como se não bastasse a sua bagunça, ainda tem de lhe dar com o desleixo alheio. Por isso, arrumar a desordem não requer apenas bom senso e sim paciência e muita prática. “A convivência com pessoas que têm excessos comportamentais - bagunça ou organização – é, na maioria das vezes, muito difícil. É preciso conversas constantes sobre limites, respeito, significados das atitudes de cada um para si e para o outro”, alerta a psicoterapeuta Vera. Na batalha da arrumação contínua, os especialistas alertam que o principal é varrer da rotina as brigas por causa da desordem e começar a organizar a personalidade do bagunceiro. “Para controlar a bagunça em casa é preciso começar por você mesma: seu modo de pensar, seus hábitos e seus padrões de comportamento no dia-a-dia”, explica Cynthia em seu livro. Na obra a autora explica diferentes perfis de pessoas bagunceiras e ajuda a acabar com o mal pela raiz propondo habilidades para arrumar, limpar e planejar a rotina da casa, detalhes como manter o estoque de alimentos, organizar brinquedos das crianças e estratégias para envolver toda família.

A tentativa de ajudar pessoas ‘atrapalhadas’ a se tornarem organizadas vem mobilizando profissionais e grupos de apoio na Europa, Estados Unidos e agora, aqui no Brasil. Hoje em dia existem empresas especializadas na organização do lar que oferecem desde cursos à profissionais que visitam o local para arrumar residências, escritórios e até mudanças. É o caso, por exemplo, do Grupo OZ que oferece produtos, treinamentos e cursos em todo País para pessoas que desejam deixar a baderna da porta para fora e com isso obter qualidade de vida, tempo, espaço e praticidade no dia-a-dia. Acostumada a colocar ordem na casa ‘dos outros’ a personal house rio-pretense Cacilda Martinelli, a Kaká, diz que é possível para qualquer pessoa transformar o caos em um espaço organizado. “Um bom começo é desligar a TV em dias alternados e começar a organizar o espaço onde a pessoa está, o quarto principalmente. É necessário organizar o armário e as gavetas para poder vestir-se mais rápido pela manhã, usar agenda para anotar datas importantes, compromissos e contas a pagar e assim se livrar das multas. São atitudes simples, mas que precisam ser tomadas imediatamente”, diz.

Mas não é apenas dentro de casa que a bagunça atrapalha o dia-a-dia. A desorganização pode estender-se da ‘porta para fora’ e situação como arrastar-se para um compromisso deixando ‘aquela arrumação para depois’ ou acordar no meio da noite preocupado com o fato de ‘nunca arranjar tempo para concluir uma interminável lista de coisas a fazer começa’ a ser comum. “O limite é quando as pessoas deixam de fazer tarefas ou viver experiências importantes na sua vida para usar esse tempo reorganizando tudo a sua volta”, aponta Kelley. “Todos nós podemos optar por melhorar o que fazemos com nosso tempo. (...) No dia-a-dia, gerenciar o tempo significa encontrar um sistema que o ajude a adquirir mais controle sobre as 24 horas, de modo que você possa equilibrar suas funções, gastando seu tempo com coisas que quer e precisa fazer”, explica Lucy MacDonald no livro “Aprenda a usar o tempo” (Editora Publifolha). Então se o dia tem 24 horas não adianta acordar ‘mais cedo’ para colocar as tarefas em ordem. Ao contrário, é preciso gerenciamento do tempo. Se necessitar de uma ajuda para se organizar, conte com o auxílio de uma agenda diária. Aquela mesma que ganhou no final do ano e não usa porque não sabe onde a guardou, lembra?

Bagunceiro eu?
Segundo a autora Cynthia Ewer, percebe-se que há problema com bagunça e caos quando:
■ Você gastou dez minutos hoje de manhã procurando as chaves pela casa. De novo;
■ Você precisa dar um jeito de noite em sua cama para achar lugar para se deitar;
■ Há dinheiro suficiente para pagar as contas, mas você não consegue encontrá-las;
■ Você abre as portas dos armários bem devagar, preparada para uma avalanche;
■ Você fica sem itens básicos como leite e papel higiênico. Com freqüência;
■ Os armários da cozinha estão cheios de potes de margarina vazios e pratos de alumínio;
■ Seu gato não consegue achar a bandeja de areia e seu cachorro não acha a caminha dele. Resultado: tudo cheira mal;
■ Você compra itens que estava faltando e descobre que já os tinha guardado em casa;
■ O jantar foi fast-food três vezes nesta semana, e ainda é só quarta-feira;
■ Você está mancando, pois tropeçou em coisas espalhadas no chão no meio da noite;
■ Há um cheiro esquisito em sua casa toda vez que você chega de viagem.

Serviço:

■ 
“Acabe com a bagunça”, Cynthia Townley Ewer; tradução de Marcos Maffei. São Paulo: Publifolha, 2006.

■ “Aprenda a usar o Tempo”, Lucy McDonald; tradução de Anna Quirino. São Paulo: Publifolha, 2006.

■ Clínica Ortec - (16) 3625-6149

■ Irene Araújo Corrêa – psicóloga cognitivo-comportamental -(17) 3222-3493

■ Kaká Martinelli Casa - (17) 3231-5011

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