As mulheres costumam não relaxar quando o assunto em questão é a beleza. Investem em cremes e tratamentos para deixar a pele, as madeixas e o corpo maisbonitos. No entanto, tendem a não ter tantos cuidados com uma região bastante importante: a íntima. “Têm de dar mais valor a ela. Além da questão da saúde, os homens prestam mais atenção nela do que nos cabelos, que recebem muitos investimentos”, disse o ginecologista Eliano Pellini, chefe do setor de saúde e medicina sexual da Faculdade de Medicina do ABC. Em época de calor, praia e piscina, alguns cuidados são imprescindíveis. Para evitar problemas, até mesmo na vida sexual, siga seis dicas simples listadas pelo médico: 1) Use sempre sabonetes com pH ácido (entre 3,5 e 5). Os sabonetes comuns têm pH alcalino, o que diminui a defesa natural e gera crescimento da quantidade de bactérias.
2) Mantenha a região arejada, porque o abafamento leva à proliferação de bactérias. Isso não significa que deve circular por aí sem calcinha e só de saia. Basta evitar o uso de protetor de calcinha e de roupas muito apertadas. Vale apostar em lingeries confortáveis de algodão no dia a dia. “Quando for namorar, pode usar uma mais sexy, até porque logo vai tirá-la”.
3) Os pelos protegem a região. Por isso, nada de apará-los radicalmente. “A recomendação para ficar confortável com o biquíni ou a calcinha sem deixar a região exposta é depilar três dedos acima do clitóris e deixar dois dedos nas laterais. Os pelos não podem ser muito curtos, por isso, devem ter dois dedos de altura”.
4) Quando for à praia ou relaxar à beira de uma piscina, não permaneça com o biquíni molhado. É importante trocá-lo, já que favorece irritações.
5) Troque o absorvente interno, no máximo, a cada três horas. “Se passar disso, em vez de absorvente, se torna um irritante”.
6) Lave as calcinhas com sabonetes próprios. Os convencionais podem promover alergias.
Saiba como manter uma boa higiene íntima e ficar livre de infecções
Manter uma higiene íntima adequada é muito importante para proteger a região genital de infecções e outros incômodos. É preciso estar atenta a pequenos cuidados diários e com a chegada das altas temperaturas, os cuidados com a higiene íntima precisam ser redobrados. Principalmente no calor, alguns hábitos que aparentemente não são prejudiciais, como ficar com o biquíni molhado por muito tempo, podem causar diversos problemas. Como manter uma boa higiene íntima?
As medidas para manter uma boa higiene íntima são bem simples, mas essenciais. O uso de roupas de banho ou calcinhas úmidas por um período prolongado cria o ambiente perfeito para que fungos e bactérias causadores de doenças se multipliquem na região genital da mulher. Assim que sair do mar ou da piscina, troque de roupa e vista uma calcinha limpa e seca. Os protetores diários também são vilões, pois abafam a região e podem provocar corrimentos, coceira e infecções. Bastante atenção também com os absorventes, que devem ser trocados a cada quatro horas, mesmo que o fluxo menstrual seja pouco. Tenha sempre na bolsa lencinhos umedecidos, eles são ótimos para situações de emergência, mas não devem ser usados todos os dias para não provocarem irritação e coceira. No dia-a-dia, evite usar roupas muito justas e de tecidos grossos, prefira roupas mais leves. Quanto às calcinhas, elas devem ser colocadas para secar sempre em um ambiente fresco e seco, nunca dentro do banheiro. Evite as calcinhas de tecido sintético, o ideal é usar as de algodão ou de tecidos que facilitem a transpiração e a ventilação da vagina. Deixe para usar as calcinhas de outros tecidos em ocasiões especiais.
Os sabonetes íntimos são bons aliados para ajudar a preservar a higiene íntima feminina, já que os sabonetes comuns costumam ser pouco ou ácidos demais para a higiene diária da mulher. Como possuem um grau de acidez semelhante ao da região genital, os sabonetes íntimos ajudam a manter o equilíbrio e reduzem as chances de irritação na vagina mesmo em dias de muito calor ou em atividades de suor excessivo, como por exemplo, durante a prática de esportes. Os sabonetes com PH neutro ou os sabonetes glicerinados também são indicados para a higiene íntima da mulher, pois não irritam a pele. Ciclo menstrual provoca variação da imunidade contribuindo para aumentar o risco de infecção nos órgãos genitais As peculiaridades do universo feminino são inúmeras e entre elas está a higiene íntima que merece total atenção. Afinal, os órgãos genitais da mulher (vagina e a vulva) precisam ficar livres de infecções, uma vez que o interior da vagina é naturalmente habitado por micro-organismos, os quais formam a flora vaginal cuja função é defender a região íntima e manter seu equilíbrio com as bactérias e fungos naturais da flora. Essa proteção é natural em todas as mulheres, mas alguns fatores podem desequilibrar o pH da vagina, provocando o aparecimento de infecções, corrimentos e coceiras. Para evitar esse tipo de situação, é necessário ter uma higiene íntima adequada, que deve ser feita da maneira mais simples possível.
“A mulher corre mais risco de contrair infecção porque apresenta uma variação da imunidade ao longo do ciclo menstrual. Além disso, a vagina está muito próxima ao ânus, o que favorece a contaminação dessa região. Por isso, a higienização deve ser da vulva (região externa) e não da vagina e realizada com sabonetes íntimos que contém ácido lático que mantém o pH vaginal estável prevenindo infecções”, relata a ginecologista Dra. Rosa Maria Neme (CRM SP-87844), graduada em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, com doutorado em Medicina na área de Ginecologia pela Universidade de São Paulo e Diretora do Centro de Endometriose São Paulo, clínica especializada no tratamento da doença.
Mas qual o benefício do sabonete íntimo na higiene feminina? O pH da vagina é ácido e varia de 3,8 a 4,2 demonstrando ser um ambiente ideal para sobrevivência dos Bacilos de Doderlein, também conhecidos como lactobacilos, que são responsáveis pela defesa da vagina contra microorganismos. Porém, situações de estresse, baixa resistência do organismo, a aproximação da menopausa e as mudanças que o desequilíbrio hormonal produz afetam o pH vaginal. Se há uma queda brusca da imunidade com desequilíbrio da flora microbiana, a mulher fica sujeita ao ataque de fungos como a Cândida, que provoca coceira intensa e corrimento branco ou ainda à contaminação por bactérias que se proliferam melhor em um pH mais alcalino. “Outras infecções, como a vaginose bacteriana, que causa mau cheiro perceptível, principalmente após relações sexuais, podem ser predispostas por esta alteração do pH. Assim, ter um pH balanceado, garantindo a acidez vaginal, garante o perfeito funcionamento das nossas funções e a saúde dos órgãos femininos. O uso regular do sabonete íntimo auxilia nessa manutenção do pH mais alcalino e, consequentemente, mais saudável Apesar da diversidade de marcas e tipos de sabonetes íntimos disponíveis nas gôndolas e prateleiras de perfumarias, drogarias e supermercados não há como apontar o melhor. “Uma dica para escolher um bom sabonete íntimo é verificar se sua formulação contém ácido lático, que garantirá a manutenção do um pH ácido vaginal e se ele pertence a uma marca conceituada e bem estabelecida no mercado. Odor, frescor e apresentação do frasco também são fatores que também podem influenciar na escolha”, finaliza Dra. Rosa Neme.
Algumas polêmicas envolvem o tema, mas com certeza a higiene íntima é um assunto que deve ser repensado pela maioria das pessoas, já que ela está diretamente ligada ao bem-estar, conforto, segurança e saúde da mulher. Marília Peixoto, gerente de Pesquisa e Desenvolvimento da Sther Cosméticos, fabricante de sabonetes íntimos, explica que antigamente as pessoas usavam os produtos de higiene íntima apenas quando surgia algum problema, hoje a situação é diferente. “Tornou-se um hábito, especialmente das mulheres e com isso, sentimos necessidade de fazer um sabonete íntimo que atendesse a essa exigência. Pesquisamos com ginecologistas, que nos disseram que o PH ideal para proteger a área genital fica entre 4 e 4,5, diferente dos sabonetes comuns que têm PH 8”, explica. Por este motivo, é recomendável um produto com propriedades descongestionantes e tonificantes que mantenha intactas as defesas naturais da mucosa. Além disso, é importante lembrar que esses produtos não curam corrimentos, irritações ou alergias. “O sabonete íntimo imita o PH, porém ele não é um medicamento assim sendo, não deve ser usado para tratamento. Ele é recomendado para que a mulher use durante o período menstrual, após as relações sexuais ou então, uma vez por semana, como higiene pessoal”, orienta a médica ginecologista Adriana Aparecida Dias Santos.
A recomendação de utilizar o produto uma vez por semana deve-se a capacidade do sabonete de diminuir a quantidade de bactérias na região genital, resultando na limpeza e diminuição do odor.
Já para as pessoas que sofrem com alergias dos cosméticos em geral, a ginecologista orienta a utilização de produtos com fragrâncias neutra ou suaves.
Especialistas vão ajudar você a decidir. Afinal, qual é a diferença entre os sabonetes íntimos e os comuns?
A diferença está no pH. Enquanto os sabonetes comuns tendem para o pH básico ou neutro (entre 9 e 10), os sabonetes íntimos têm um pH ácido (entre 4 e 4,5) – resultado da composição com ácido láctico –, que mantém o pH vaginal ácido. Essa acidez é necessária para manter vivos os microorganismos e lactobacilos que vivem nessa região e têm como função proteger a mulher de possíveis infecções. Segundo a médica ginecologista e membro do Conselho Editorial da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (Sogesp), Patrícia de Rossi, alguns colegas ginecologistas defendem e até indicam o uso de sabonetes íntimos, outros abominam. “Os demais – entre os quais eu me encontro – imaginam que se não faz mal, tudo bem usar, mas com certo ceticismo sobre a sua real utilidade”, pondera.
A vagina não necessita de um sabonete especial. No entanto, a vulva (parte externa dos órgãos genitais) necessita de cuidados especiais. A higiene íntima é necessária e deve ser feita uma vez ao dia, principalmente após as evacuações. Ela deve ser feita sempre da frente para trás. “Devem-se usar medidas corretas como a lavagem, após as evacuações, e, na impossibilidade da mesma, fazer a limpeza com lenços umedecidos. A mulher que não pratica a higiene íntima pode ter mais infecções urinárias, alergias, vaginites e pruridos. Vale lembrar que, nesta região, não se deve utilizar perfumes ou talcos”, afirma Angela Maggio Fonseca, professora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e coordenadora do Programa de Pós-Graduação de Obstetrícia e Ginecologia FMUSP. Assim como o nosso corpo, a vulva também está propensa a sofrer o ressecamento. Este quadro pode desencadear uma coceira na região. “Para estas mulheres, estes sabonetes podem ajudar, pois possuem menos ação detergente que os comuns e ainda incluem composição hidratante. Embora eu não conheça nenhum estudo científico que comprove a sua eficácia em alguns pontos prometidos, se o produto traz o conforto à mulher – afastando esta coceira – ele pode ser usado sem problema”, avalia Rosana Simões, professora-doutora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Mas há que se deixar um alerta: a região genital feminina é muito mais sensível aos alérgenos e estes produtos não estão isentos de causar irritação, mesmo tendo sido formulados especificamente para uso local. “E mesmo com os sabonetes e loções indicados, deve-se orientar a mulher para que a limpeza seja realizada superficialmente. As lavagens devem ser feitas só externamente, para não alterar o pH vaginal”, enfatiza a professora Angela.
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