1
// Dar uma educação multicultural
No mundo globalizado, é essencial saber conviver com o diferente e enxergar a riqueza de cada cultura. “Vale colocar seu filho desde cedo para estudar línguas, incentivar que tenha contato com gente de outras religiões, de outros países e níveis sociais, além de organizar viagens para novos lugares”, indica a doutora em educação Wanda Engel, superintendente executiva do Instituto Unibanco.
2
// Ser muito mais que amiga do seu filho
“Aos pais, cabe a árdua função de corrigir, de repetir as regras até que fiquem claras. Já o amigo é aquele que a tudo consente”, diz o jornalista Gilberto Dimenstein, presidente da ONG Cidade Escola Aprendiz, em São Paulo.
3
// Trazer os colegas dele para perto
Abra as portas de casa para recebê-los. “A maior parte dos adolescentes que chegam para tratamento começou a usar drogas por incentivo de um amigo”, conta a psiquiatra Jackeline Giusti, especialista em dependência química do Ambulatório de Adolescentes e Drogas do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo.
4
// Dar mesada
Comece quando ele tiver cerca de 12 anos. “Com esse instrumento, seu filho aprenderá a fazer escolhas e planos”, diz Jurandir Sell Macedo Jr., professor de finanças pessoais da Universidade Federal de Santa Catarina e autor de A Árvore do Dinheiro (Campus).
5
// Não exigir muito, nem muito pouco
Quando se cobra sempre da criança um nível muito alto de desempenho, ela se frustra e desanima, pois é impossível ser excelente em tudo. Já aquela que não tem que lidar com nenhuma exigência pode interpretar isso como desinteresse dos pais e, da mesma forma, não usará todo o seu potencial para vencer.
6
// Ensinar a ouvir
“Num cenário interdependente e multicultural, a capacidade de escutar e a sensibilidade para entender o ponto de vista do outro serão um diferencial”, diz a psicóloga Maria Tereza Maldonado, autora de Comunicação entre Pais e Filhos (Integrare Editora). Transmita esse valor ouvindo o que seu filho tem a dizer e ensinando-o a prestar atenção nas suas palavras.
7
// Não ter medo dos games
“Há jogos que desenvolvem lógica e raciocínio rápido, como Civilization V e Starcraft”, indica o educador Roger Tavares, pós-doutorando em tecnologias da inteligência pela Pontifícia Universidade Católica-SP.
8
// Valorizar o estudo e não o sucesso
Conte a seu filho que cada ano a mais de escolaridade corresponde a um aumento de 15% no futuro salário. “É preciso resgatar a ideia de que a educação continua sendo a principal porta de entrada para uma carreira bem-sucedida”, afirma Wanda Engel.
9
// Fazer com que ele tenha várias turmas
Não concentre as atividades na escola. Deixe o futebol para o clube, o balé ou judô para a academia. Conhecer muita gente significa ter mais oportunidades de selecionar as amizades com critério e de não se sujeitar àquelas que não lhe fazem bem. Ou seja, menos riscos de sofrer bullying.
10
// Promover o espírito empreendedor
“Isso habilitará seu filho para, aos poucos, gerenciar a própria vida”, diz Maria Tereza Maldonado. Crianças pequenas podem ser convidadas a ajudar na arrumação dos brinquedos e da cama. Já os mais velhos são capazes de assumir desafios maiores, como administrar a própria mesada.
Valorize o estudo e não o sucesso. Concordo. Não concordo apenas com o que o texto diz a seguir. Valorizar o estudo não necessariamente deve estar atrelado à questão financeira. Hoje em dia, 15% de aumento no salário e no futuro? Quem garante? Esse argumento é bem frágil e revela uma contradição. É preciso valorizar o estudo, sim. Como parte da cultura, que alimenta o espírito e torna o ser humano mais humano. Se isso vai ou não virar salário no futuro, pouco importa. Em um mundo construído e destruído a cada segundo, como o nosso, pouco sabemos sobre o que virá. Fundamental mesmo é cultivar valores como bondade, respeito, amor à beleza, sutileza, força, flexibilidade e criatividade. Esses, sim, podem não garantir um cargo de sucesso. Mas, nos concedem uma vida de inteireza e presença. O que vale mais do que isso?
11
// Adotar a comunicação positiva
“A melhor forma de educar seu filho para o sucesso é descobrir as qualidades que ele tem e fazer com que ele as desenvolva. Isso vale mais do que criticar ou educar por meio de repreensões”, garante Flora Victoria, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Coaching.
12
// Não se contentar com o boletim
“Quando seu filho não aprende um conceito essencial, a tendência é que ele passe a acumular dúvidas e se torne cada vez mais resistente aos estudos”, diz Wanda Engel. Daí a importância de não apenas consultar o boletim da criança, mas de acompanhá-la no dia a dia para ajudá-la a superar as dificuldades. Se for o caso, contrate um professor particular.
13
// Discutir soluções
Se ele quebrar o vaso da avó, não diga: “Está tudo bem. Vamos comprar outro”. Estimule-o a pensar perguntando: “E agora? O que acha que devemos fazer? Como evitar que a vovó fique chateada?” “Assim, você ensina seu filho a manter o foco na solução”, garante Flora Victoria.
14
// Trocar a babá pela escolinha
Pesquisas mostram que crianças que tiveram uma pré-escola estimulante tendem a ser melhores estudantes no futuro. Certifique-se de que a instituição prioriza o brincar e incentiva a criatividade.
15
// Dar a bronca-sanduíche
Ela é mais eficaz. No momento de repreender, comece falando com o filho sobre os pontos fortes dele. Depois, exponha o que pode ser feito de outra forma e, então, finalize com palavras de motivação.
16
// Falar bem do seu trabalho
Aposente o discurso “Preciso trabalhar para ganhar dinheiro” e troque por “Vou trabalhar porque gosto”. Refira-se a sua atividade profissional como fonte de realização, não como um fardo.
17
// Informar-se sobre as novas vacinas
Há cada vez mais doses preventivas que podem ser aplicadas na adolescência e na vida adulta. “Essa tendência deve se fortalecer”, avisa o pediatra Eduardo da Silva Vaz, presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria.
18
// Estudar seu filho
Leia tudo que considerar confiável sobre desenvolvimento infantil. “Pais que se informam têm mais parâmetros para avaliar se a criança está crescendo conforme o esperado e estabelecem maior cumplicidade com ela”, garante o pediatra e nutrólogo Fabio Ancona Lopez, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e autor de Avós e Netos – Uma Forma Especial de Amar (Manole).
19
// Adotar cedo o check-up anual
É importante que seu filho se acostume a ir ao médico para manter-se saudável, e não apenas para tratar doenças. Com o acompanhamento constante, é possível adotar estratégias de prevenção.
20
// Aliviar a agenda
Ao impor à criança uma rotina sem tempo para brincadeiras e descanso, você colhe mais desvantagens que benefícios. “Ela é candidata a stress, baixa imunidade, dificuldades de relacionamento e dores no corpo”, avisa o pediatra Fabio Ancona Lopez.
21
// Esbanjar carinho
Uma pesquisa americana publicada no Journal of Epidemiology and Community Health mostra que crianças que recebem afeto nos primeiros meses de vida lidam melhor com problemas na idade adulta.
22
// Não ser inimiga do brigadeiro
“Evite sufocar seu filho com um rígido controle do que ele leva à boca. Quando estiver longe dos pais, a primeira coisa que ele vai fazer é driblar essas regras”, explica Fabio Ancona Lopez.
23
// Mimar menos
Crianças que nem sempre ganham o que pedem se tornam adultos mais motivados para sonhar e correr atrás de seus sonhos.
24
// Diversificar a programação do fim de semana
Resista a se enfiar no shopping o sábado todo. Ou acabará ensinando que divertimento é sinônimo de comprar. É importante fazer piquenique no parque, pedalar, ler um bom livro...
25
// Transmitir conhecimento em casa
Uma criança que não é incentivada pelos pais a ter contato com livros dificilmente vai gostar de ler. Estimule a curiosidade dos filhos contando histórias a eles. O mesmo vale para o desenvolvimento do gosto musical, interesse por cinema e teatro...
26
// Fazer uma previdência-educação
Ela permite constituir um patrimônio capaz de custear a faculdade do seu filho, a viagem de intercâmbio... “Planos de previdência são uma boa indicação para investimentos de, no mínimo, dez anos”, ensina o educador financeiro Mauro Calil. Já o seguro-educação ajuda a garantir a faculdade se um dos pais (ou ambos) vier a faltar.
27
// Investir na bolsa de valores
“Faça a aplicação no nome da criança, medida que reduz os riscos de os pais sacarem o dinheiro em caso de necessidade”, sugere Calil. Escolha fundos que tiveram boa rentabilidade nos últimos cinco anos.
28
// Ensinar seu filho a poupar
Em vez de prometer que vai comprar aquele game de última geração no Natal, aumente um pouco a mesada e incentive-o a juntar a quantia.
29
// Investir em bons colégios
“Só não terceirize para a escola aspectos da educação como boas maneiras, respeito ao próximo, à natureza, educação financeira e ética. Ensine em casa por meio de suas atitudes”, lembra Macedo Jr.
30
// Ir à feira sempre
Compre frutas cítricas e vegetais verde-escuros, fontes de vitaminas e minerais. O nutricionista Eliseu Verly Junior, da Universidade de São Paulo (USP), analisou os hábitos alimentares de 512 jovens paulistanos e descobriu que 71% deles não consomem suficientemente vitamina A; 53% têm carência de vitamina C; 99%, de vitamina E; e 84%, de magnésio.
31
// Adotar os superalimentos
A tendência é apostar nos alimentos que nutrem e fazem bem à saúde. É o caso dos prebióticos (encontrados no alho-poró, na alcachofra, na cebola) e dos probióticos (presentes em leites fermentados, como iogurtes). “Eles protegem o trato intestinal e melhoram a imunidade”, diz Mauro Fisberg, nutrólogo e professor do Centro de Adolescentes da Unifesp.
32
// Estruturar a rotina alimentar
“Quem come sempre na mesma hora e faz cinco refeições por dia garante melhor funcionamento do organismo e evita excessos”, diz a endocrinologista Claudia Cozer, coordenadora do grupo de obesidade do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.
33
// Reunir a família à mesa
Além da oportunidade de colocar os assuntos em dia, é um bom momento para dar o exemplo de como se alimentar. E de checar o tamanho do prato do filho (medida eficiente para identificar, no ínicio, transtornos alimentares, como compulsão ou anorexia).
34
// Limitar lanches e pizzas
Alimentos ricos em gordura e sódio devem ser restringidos a uma vez por semana. A pesquisa de Verly Junior apurou que 15% dos jovens paulistanos consomem mais sódio do que o indicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Isso amplia os riscos de hipertensão e complicações renais no futuro.
35
// Não usar comida como moeda de troca
Ou ensinará que comer é um meio de lidar com emoções, o que leva à obesidade.
36
// Caprichar no cálcio
Segundo a pesquisa da USP, menos de 5% dos adolescentes paulistanos consomem a quantidade adequada.
37
// Controlar o peso do seu filho
Faça questão de que ele suba na balança nas consultas com o pediatra. “A probabilidade de uma criança ou jovem que já tem problemas com o peso continuar nessa condição na vida adulta é grande, chegando a 70% dos casos”, adverte Claudia Cozer.
38
// Dar o exemplo
“Um pai ativo faz com que o filho tenha três vezes mais chances de ser um adulto ativo. No caso da mãe, a probabilidade de a criança praticar exercícios na idade adulta dobra”, conta Victor Matsudo, diretor científico do Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul e consultor do Grupo Internacional de Atividade Física para Saúde da OMS.
39
// Incentivar os esportes
“As experiências e os conhecimentos que vêm da atividade esportiva extrapolam o ambiente das quadras e podem gerar mudanças positivas nas relações das crianças com os membros da família e com os amigos”, afirma Rodrigo Flores Sartori, professor de iniciação esportiva da Pontifícia Universidade Católica-RS.
40
// Insistir diante da falta de aptidão
Ele não joga bem futebol? Antes de decretar que não leva jeito, tente vôlei, natação...
41
// Ser coach do seu filho
Na adolescência, haverá situações em que ele vai querer tomar decisões. Deixe, mas não o abandone. Esteja por perto fazendo o papel de técnico, estimulando- o a descobrir por si mesmo a saída.
42
// Preferir morar em um condomínio com área de lazer
Ou em uma casa com quintal. Não é possível? Leve-o sempre a parques ou hotéis com lugares para brincar. Ambientes com espaço convidam ao exercício.
43
// Trocar o carro pelo tênis
Estimule hábitos como ir à padaria a pé ou levar o cachorro para dar uma volta no quarteirão.
44
// Assumir o papel de mentora
Em vez de impor regras, pegue na mão de seu filho e vá mostrando o caminho. “Assim a criança se sente apoiada, mas, ao mesmo tempo, tem espaço para a autonomia”, ensina Flora Victoria.
45
// Abolir a frase: “É porque estou mandando”
Procure explicar o porquê de suas decisões, usando argumentos claros e compatíveis com a idade do seu filho. “Se possível, faça combinados como: ‘Isso que você quer não pode, mas vamos descobrir juntos algo permitido e igualmente divertido’ ”, ensina a psicóloga Maria Tereza Maldonado.
46
// Valorizar as tarefas domésticas
“Ao partilhar tarefas, estará estimulando a cooperação e a gentileza, atitudes que constroem bons relacionamentos na escola e, futuramente, no trabalho”, diz Maria Tereza.
47
// Não evitar a dor
Deixe que a criança sinta frustração e crie sozinha estratégias para livrar-se dela. “Um jovem que não foi acostumado a lidar com problemas terá dificuldades de adaptação nas sociedades violentas e, de certa forma, hostis em que vivemos”, alerta Dimenstein.
48
// Colocar filtro no computador
Assim, você terá acesso às páginas visitadas por seu filho e monitorará possíveis problemas. As ferramentas mais modernas permitem rastrear o conteúdo a partir de qualquer lugar.
49
// Não permitir que a criança tenha perfil no Facebook
Ela ainda não tem capacidade de dimensionar os riscos dos relacionamentos em redes sociais.
50
// Adotar práticas sustentáveis
Se quer que seu filho viva em um planeta habitável no futuro, dê o exemplo. “Use os produtos até o fim e também conserte e reaproveite antes de comprar algo novo”, ensina Helio Mattar, diretor-presidente do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente.
Fotos modelo Lara Benitez, Agência Meu Capricho, Cintia Sanchez, Estúdio Luzia/Produção de moda Karen Fujisaki/Ilustrações Marcel Mello
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