Por que a mudança é tão difícil para as pessoas?
Uma pesquisa realizada recentemente pela Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos revelou que podem existir combinações de genes e fatores ambientais que dificultam o controle dos hábitos em algumas pessoas.
Todos os anos os planos e promessas de mudanças para o novo ano são renovados. E bilhões de dólares são gastos em baixo carboidrato, baixo açúcar, baixa gordura e baixa caloria nos alimentos, e mais de um bilhão de dólares em programas e produtos para parar de fumar. Sem contar as dietas, remédios, cirurgias e programas para a boa forma. Ao mesmo tempo, as indústrias responsáveis pelo controle de saúde em todo o mundo gastam centenas de bilhões de dólares para prevenir doenças, num processo que H. L. Mencken, jornalista e escritor norte-americano, percebeu décadas atrás. "O verdadeiro objetivo da medicina não é tornar o homem virtuoso. E sim protegê-lo das conseqüências de seus vícios", disse ele.
No fim das contas, o que médicos, estudiosos e especialistas descobriram é que o que realmente ajuda uma pessoa a mudar de comportamento é algo difícil de medir, mas extremamente poderoso.
Todo mundo tem algum mau hábito. Seja enrolar demais na cama pela manhã, nunca terminar aquele livro (ou começar a academia), roer unha, tomar café demais. E só a gente sabe o trabalho que dá para mudar, mesmo aquelas coisinhas pequenas, mas que atrapalham a vida. O que nem sempre temos em mente é a diferença que quebrar os maus hábitos pode fazer na nossa vida.
“Se uma pessoa que rói a unha liga a televisão e a mão automaticamente vai à boca, ela pode fazer outra coisa com esse mesmo estímulo, até formar um novo hábito”, diz Alexandre Bortoletto, especialista da Sociedade Brasileira de Programação Neurolinguística.
Outro passo é identificar que recompensa o mau hábito traz à pessoa - como aliviar a ansiedade, por exemplo. “Aí ela pode usar outros mecanismos para ter aquele ganho”, diz Rosângela Casseano, hipnoterapeuta e psicóloga. De acordo com ela, cada hábito precisa de uma estratégia diferente, mas o mecanismo básico é comum. É preciso se perguntar como se adquiriu o mau hábito, criar uma nova rotina e persistir, até esse novo hábito se tornar natural. “Muitas coisas a gente faz sem nem saber o porquê, e segue pelo pensamento automatizado. A primeira grande força é o processo do autoconhecimento”, diz Rosângela.
Mudança gradual
É raro alguém decidir largar um hábito ruim e ser bem-sucedido na primeira tentativa. “Ao se propor a mudar, a pessoa deve se dar um prazo e criar uma linha de ação que vai fazer aos poucos. O cérebro trabalha melhor com especificação”, diz Rosângela. “Se quer um novo hábito, o segredo é a repetição. A ideia é dar uma nova rota para seu cérebro. Ele tende a voltar para a rota antiga, mas, depois de algumas repetições, aprende a nova”, afirma Alexandre.
É raro alguém decidir largar um hábito ruim e ser bem-sucedido na primeira tentativa. “Ao se propor a mudar, a pessoa deve se dar um prazo e criar uma linha de ação que vai fazer aos poucos. O cérebro trabalha melhor com especificação”, diz Rosângela. “Se quer um novo hábito, o segredo é a repetição. A ideia é dar uma nova rota para seu cérebro. Ele tende a voltar para a rota antiga, mas, depois de algumas repetições, aprende a nova”, afirma Alexandre.
A frequência entre as repetições também conta: não adianta ir à academia uma vez por semana e reclamar que continua sendo difícil acordar cedo para encarar os exercícios. Repetição com alta frequência traz muito mais resultados do que ações esporádicas. No começo, a sensação de esforço e até irritação estarão lá. Para quebrá-las, só insistindo mesmo.
É importante não desanimar com recaídas e pequenas falhas. “É preciso buscar perseverança e tentar de novo”, diz Rosângela. “As pessoas tendem a voltar por falta de perseverança. É preciso ter paciência com você mesmo e tentar de novo. Recaídas fazem parte do processo. Comeu um chocolate? Na próxima refeição, volte para a dieta. A sensação de ter conseguido é muito boa”, diz Rosângela. Com o tempo, o que era um esforço enorme se torna natural. “Não tem nada de ruim em ter uma recaída. A gente tem que aprender a escutar nosso corpo. Se seu corpo “pede” uma bela pizza ou para ficar na cama, é questão de bom senso atender. Uma máquina estressada quebra logo”, diz Alexandre.
Turbinando a mudança
Para acelerar a mudança, Rosângela recomenda começar com hábitos mais fáceis antes de desafios complexos. “Parar de fumar ou roer unha é bem difícil. Mas parar de comer fritura é mais fácil, é só substituir por outras coisas. Aprender com os pequenos maus hábitos ajuda a mudança para grandes hábitos. Atacar tudo de uma vez pode gerar muito stress e até frustração, porque é muito difícil dar conta”, alerta.
Para acelerar a mudança, Rosângela recomenda começar com hábitos mais fáceis antes de desafios complexos. “Parar de fumar ou roer unha é bem difícil. Mas parar de comer fritura é mais fácil, é só substituir por outras coisas. Aprender com os pequenos maus hábitos ajuda a mudança para grandes hábitos. Atacar tudo de uma vez pode gerar muito stress e até frustração, porque é muito difícil dar conta”, alerta.
Outro truque para é eliminar elementos sabotadores. “O ser humano é biopsicossocial: biológico, social e emocional. Andar com pessoas que desejam o bem para você é a melhor coisa que você pode fazer. É o caso de selecionar na rotina as pessoas que podem te ajudar no objetivo”, diz Alexandre. Em outras palavras, vale a pena combinar a corrida com um amigo que adore esportes, tanto quanto evitar por um tempo almoços com colegas de trabalho que não estão preocupados em contar calorias. Tudo que ajude a manter o foco durante o processo é bem-vindo. “Todo hábito pode ser quebrado, porque é apenas uma forma de pensar repetitiva. A palavra-chave é perseverança”, garante Rosângela.
FONTES CONSULTADAS : IG E RSZD
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