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Como mudar os maus hábitos?

Ser obeso. Fumar. Beber em excesso. Não se exercitar. Ter os níveis de estresse nas alturas. As pessoas estão se suicidando gradualmente através dos maus hábitos - o que não é novidade. E mesmo cientes dessa auto-agressão, continuam comendo demais, dormindo pouco, ficando horas diante da TV e abrindo mais uma latinha de cerveja – inspirando alguns dos maiores pensadores do mundo ligados à genética, neurociência, bioquímica e à psicologia a questionar sobre o poder de um Big Mac'.
Por que a mudança é tão difícil para as pessoas? 


Uma pesquisa realizada recentemente pela Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos revelou que podem existir combinações de genes e fatores ambientais que dificultam o controle dos hábitos em algumas pessoas. 
Todos os anos os planos e promessas de mudanças para o novo ano são renovados. E bilhões de dólares são gastos em baixo carboidrato, baixo açúcar, baixa gordura e baixa caloria nos alimentos, e mais de um bilhão de dólares em programas e produtos para parar de fumar. Sem contar as dietas, remédios, cirurgias e programas para a boa forma. Ao mesmo tempo, as indústrias responsáveis pelo controle de saúde em todo o mundo gastam centenas de bilhões de dólares para prevenir doenças, num processo que H. L. Mencken, jornalista e escritor norte-americano, percebeu décadas atrás. "O verdadeiro objetivo da medicina não é tornar o homem virtuoso. E sim protegê-lo das conseqüências de seus vícios", disse ele. 

No fim das contas, o que médicos, estudiosos e especialistas descobriram é que o que realmente ajuda uma pessoa a mudar de comportamento é algo difícil de medir, mas extremamente poderoso. 

Todo mundo tem algum mau hábito. Seja enrolar demais na cama pela manhã, nunca terminar aquele livro (ou começar a academia), roer unha, tomar café demais. E só a gente sabe o trabalho que dá para mudar, mesmo aquelas coisinhas pequenas, mas que atrapalham a vida. O que nem sempre temos em mente é a diferença que quebrar os maus hábitos pode fazer na nossa vida.
“Se uma pessoa que rói a unha liga a televisão e a mão automaticamente vai à boca, ela pode fazer outra coisa com esse mesmo estímulo, até formar um novo hábito”, diz Alexandre Bortoletto, especialista da Sociedade Brasileira de Programação Neurolinguística.
Outro passo é identificar que recompensa o mau hábito traz à pessoa - como aliviar a ansiedade, por exemplo. “Aí ela pode usar outros mecanismos para ter aquele ganho”, diz Rosângela Casseano, hipnoterapeuta e psicóloga. De acordo com ela, cada hábito precisa de uma estratégia diferente, mas o mecanismo básico é comum. É preciso se perguntar como se adquiriu o mau hábito, criar uma nova rotina e persistir, até esse novo hábito se tornar natural. “Muitas coisas a gente faz sem nem saber o porquê, e segue pelo pensamento automatizado. A primeira grande força é o processo do autoconhecimento”, diz Rosângela.
Mudança gradual 
É raro alguém decidir largar um hábito ruim e ser bem-sucedido na primeira tentativa. “Ao se propor a mudar, a pessoa deve se dar um prazo e criar uma linha de ação que vai fazer aos poucos. O cérebro trabalha melhor com especificação”, diz Rosângela. “Se quer um novo hábito, o segredo é a repetição. A ideia é dar uma nova rota para seu cérebro. Ele tende a voltar para a rota antiga, mas, depois de algumas repetições, aprende a nova”, afirma Alexandre.
A frequência entre as repetições também conta: não adianta ir à academia uma vez por semana e reclamar que continua sendo difícil acordar cedo para encarar os exercícios. Repetição com alta frequência traz muito mais resultados do que ações esporádicas. No começo, a sensação de esforço e até irritação estarão lá. Para quebrá-las, só insistindo mesmo.
É importante não desanimar com recaídas e pequenas falhas. “É preciso buscar perseverança e tentar de novo”, diz Rosângela. “As pessoas tendem a voltar por falta de perseverança. É preciso ter paciência com você mesmo e tentar de novo. Recaídas fazem parte do processo. Comeu um chocolate? Na próxima refeição, volte para a dieta. A sensação de ter conseguido é muito boa”, diz Rosângela. Com o tempo, o que era um esforço enorme se torna natural. “Não tem nada de ruim em ter uma recaída. A gente tem que aprender a escutar nosso corpo. Se seu corpo “pede” uma bela pizza ou para ficar na cama, é questão de bom senso atender. Uma máquina estressada quebra logo”, diz Alexandre.
Turbinando a mudança 
Para acelerar a mudança, Rosângela recomenda começar com hábitos mais fáceis antes de desafios complexos. “Parar de fumar ou roer unha é bem difícil. Mas parar de comer fritura é mais fácil, é só substituir por outras coisas. Aprender com os pequenos maus hábitos ajuda a mudança para grandes hábitos. Atacar tudo de uma vez pode gerar muito stress e até frustração, porque é muito difícil dar conta”, alerta.
Outro truque para é eliminar elementos sabotadores. “O ser humano é biopsicossocial: biológico, social e emocional. Andar com pessoas que desejam o bem para você é a melhor coisa que você pode fazer. É o caso de selecionar na rotina as pessoas que podem te ajudar no objetivo”, diz Alexandre. Em outras palavras, vale a pena combinar a corrida com um amigo que adore esportes, tanto quanto evitar por um tempo almoços com colegas de trabalho que não estão preocupados em contar calorias. Tudo que ajude a manter o foco durante o processo é bem-vindo. “Todo hábito pode ser quebrado, porque é apenas uma forma de pensar repetitiva. A palavra-chave é perseverança”, garante Rosângela. 
FONTES CONSULTADAS : IG E RSZD

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