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Dependência Emocional:É controlável?


 É inegável aquela sensação maravilhosa quando estamos apaixonados por alguém e somos correspondidos. Mergulhamos num oceano fascinante e incontrolável de arrebatadoras emoções. Carinho, toque, beijo, sexo,  são experiências compartilhadas inesquecíveis e que gostaríamos de segurar para sempre.      

       No entanto, oceanos não são controláveis. Também é inegável a existência de uma grande parcela de pessoas que buscam um parceiro a qualquer custo, não percebendo algumas desventuras deste terreno como um possível momento de auto-reflexão e amadurecimento de identidade amorosa. Assim, para não ficarem sozinhas há as pessoas que preferem se submeter às maiores humilhações ou as que trocam de parceiros como quem troca de roupa e só tiram a "roupa desbotada" quando encontram uma nova.


      Percebo na clínica um fenômeno de inversão do sentido da frase: "Antes só do que mal acompanhado" por "Antes mal acompanhado do que só", onde quem as afirma prefere apenas o reclamar constante e não observador dos resultados de suas escolhas.

      Será que existe troca verdadeira quando se é humilhado, maltratado pelo outro porque não suportarmos o encontro conosco? Ainda carregamos questões mal resolvidas como a vinculação a um par para preenchimento de nossos vazios e pontos cegos. Somos adultos fisicamente, mas, emocionalmente, por vezes ainda engatinhamos.

      E se o tal parceiro ou parceira que tudo preenche não vem, também há os que se entregam a outras coisas que, por si mesmas, não são ruins, mas tornam-se compulsivas. Uns vão para o sexo, jogos, compras, clubes, associações, badalações, internet. Outros entram nos mais variados tipos de vícios: bebida, cigarro, drogas em geral, num processo auto-destrutivo. Essas pessoas costumam dizer: "eu não existo sem você, eu preciso de você", "sem você eu morro, minha vida não tem sentido", "você é o ar que eu respiro"; obviamente, deste modo, a vida do sujeito perderá o seu sentido, a sua singularidade e muitas pessoas experienciam uma sensação mortal.

      São fortes essas frases e ao mesmo tempo corriqueiras. Porque o racional, de fato, é muito fácil compreender. E a dor emocional de quem depositou suas expectativas, enfim, sua vida, em um parceiro amoroso, com sua lógica de ser e de viver? O outro, que teoricamente complementava passa a ser não a outra, senão maior parte da "metade da laranja" esbagaçada, como se faltasse mesmo até fisicamente alguma parte de nós.

      O ser amado lhe correspondeu e você aceitou aquele convite para aquela festa. A felicidade "invadiu" você. Até que, por um revés do destino, você brigou com seu afeto ou a festa não era tão boa assim. Pronto: seu emocional já muda completamente ao sabor das ondas do outro.  

      A sensação de incompletude não vem do término de uma relação. É algo do humano, e dessa falta vai falar bastante a psicologia e a psicanálise, na experiência da primeira mamada, no "sentimento oceânico" para Freud, e transpessoal na experiência do ser com o Todo, para os que creem na imortalidade da alma. E aí cada um vai dar o nome que achar melhor, de acordo com sua forma de encarar o ou encontro com algo que está além do tetê a tetê de si e do outro.

      Complementar e não completar; acrescentar e não precisar; desejo de completar é um desejo infantil, esse amor-dependência. O mundo está aí. Um relacionamento pode ser buscado, mas pode ser uma conseqüência magnífica e não uma razão de viver.

      Você reflete sobre suas relações? Pense, ou melhor, pense e sinta isso. Talvez por isso, mais do que por qualquer outro motivo que estejamos vivos: para que aprendamos a amar. Aprenda eu, aprendamos nós.

Fonte: psicoterapiapravoce

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