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Anda perdendo urina involuntariamente? Sua calcinha vive molhada de urina? Pode ser Incontinência urinária. Dá para tratar sem cirurgia...



Incontinência urinária: tratamento sem cirurgia
Fabiana Cavalcante de Souza e Maria Inês Sitta

Segundo a Sociedade Internacional de Continência, a incontinência urinária é definida como a perda involuntária de urina, que em geral ocorre insidiosa e progressivamente.
É um problema que pode atingir ambos os sexos, todas as idades e camadas sociais e representa um problema social e de higiene.

Estima-se que 30% a 60% das mulheres no período pós-menopausa possam ter incontinência urinária, por diminuição da elasticidade dos tecidos da uretra, provocados por queda no nível do estrogênio (hormônio feminino produzido pelos ovários).

Causas primárias ou agravantes da incontinência urinária:

SEDENTARISMO – pouca atividade física associada a longo período de permanência na posição sentada causam diminuição na força da musculatura do períneo.

TABAGISMO – a nicotina diminui a síntese e a qualidade do colágeno, fundamental na manutenção da elasticidade muscular, e também favorece o surgimento de contrações involuntárias da bexiga. O excesso de tosse, comum aos tabagistas, causa danos aos tecidos de sustentação da uretra e da vagina.

DOENÇAS PULMONARES CRÔNICAS – a tosse provoca um aumento da pressão intra-abdominal em relação à pressão uretral, afora os danos acima mencionados.

DOENÇAS NEUROLÓGICAS – de origem central ou periférica como na doença de Parkinson, esclerose múltipla, lesão do cone medular, etc.

USO DE DIURÉTICOS – por aumento na produção de urina, em condições já de algum comprometimento da contenção urinária.

CIRURGIAS DE PRÓSTATA.

INFECÇÃO URINÁRIA – quando com infecção urinária, as mulheres apresentam piora do quadro de incontinência.

DIABETES – devido às alterações da inervação local e à maior predisposição de adquirir infecção urinária.

Classificação da incontinência urinária:

INCONTINÊNCIA URINÁRIA DE ESFORÇO – ocorre quando a pressão abdominal é superior a pressão de fechamento da uretra, causando uma perda involuntária de urina em esforços como tossir, espirrar ou levantar peso.

URGE-INCONTINÊNCIA – o indivíduo sente urgência em urinar, levando à perda do controle miccional.

INCONTINÊNCIA PARADOXAL – o paciente não consegue eliminar toda urina da bexiga, causando sensação de gotejamento após a micção

BEXIGA NERVOSA – normalmente a mulher deve ser capaz de suprimir o desejo de urinar e neste caso, ao tentar suprimi-lo ocorre uma contração involuntária do músculo da bexiga (músculo detrusor), escapando urina.

Para esclarecimento do diagnóstico o(a) médico(a) pode solicitar exames complementares, tais como a avaliação urodinâmica, o ultra-som e exames de urina tipo I e urocultura.

Quando acontece perda de controle urinário e fecal há necessidade também de avaliação neurológica.

Existem três tipos de tratamento:

- Farmacológico
- Fisioterápico
- Cirúrgico

Tratamento fisioterápico

A eficácia da fisioterapia nesta área tem muitas evidências práticas e científicas comprovadas de bons resultados.
Uma avaliação inicial é necessária para a programação do tratamento a ser realizado.
Os recursos que podem ser utilizados são:

CINESIOTERAPIA – tratamento através de exercícios para aumento de força e elasticidade muscular. Esta técnica contribui para melhora da percepção corporal, ajuste postural e melhora do padrão respiratório.

CONES VAGINAIS – são pesos graduados, de forma e volumes iguais (parecido com tampões), que são inseridos na vagina. A paciente realiza uma contração resistida para não deixá-los escapar e, conseqüentemente, aumenta a força dos músculos do períneo. Esse é o princípio do pompoarismo.

ELETROESTIMULAÇÃO – através de correntes elétricas, são realizadas contrações repetidas dos músculos do períneo. A intensidade é ajustada individualmente e os estímulos são delicados e totalmente tolerados pelas pacientes.

Todos materiais são de uso individual, descartáveis ou corretamente desinfetados e esterilizados.

A incontinência urinária, por ser considerada um assunto íntimo e constrangedor, muitas vezes não é relatada ao(à) médico(a). Isso impossibilita ou atrasa o diagnóstico, impedindo que se encontre uma solução satisfatória mais rapidamente.



A adesão do paciente ao tratamento depende da sua compreensão sobre a doença, seus tratamentos e resultados.

Ao superar este problema, bastante complexo, por envolver aspectos físicos, sociais e psicológicos, uma melhor qualidade de vida será assegurada.



Fabiana Cavalcante de Souza
Fisioterapeuta com aprimoramento em Uroginecologia no HSPE.
E-mail: fabisouza19@terra.com.br

Maria Inês Sitta
fisioterapeuta especialista em Gerontologia e em RPG, pelo Inst. Ph. E. Souchard.
E-mail: misitta@aol.com.br



Considerações da editor

A perda de urina na calcinha aos esforços, ao tossir, levantar um pesinho qualquer, espirrar, abaixar, etc, tem intensidade variável. Quando a urina escapa muito facilmente, interfere com a atividade diária da mulher. A situação agrava-se quando a isso se soma a incontinência fecal. São fatores de exclusão social da mulher. Imagine-se nessa situação enfrentando uma viagem de férias de ônibus ou avião, com duração maior que cinco horas. E, chegando ao destino, as dificuldades nos passeios, nas visitas a cidades, museus, monumentos, lojinhas, restaurantes, como proceder para transportar e trocar as fraldas geriátricas no momento conveniente. Felizmente esses problemas têm tido uma melhora excepcional com a prática da fisioterapia uroginecológica, sem qualquer abordagem cirúrgica.

Afora a indicação acadêmica da fisioterapia uroginecológica, abordaremos em outro boletim a sua aplicação na sexualidade, pois estou convencida de que se presta para despertar para o sexo genitais que estejam “adormecidos”. Portanto, é um importante recurso no tratamento da libido feminina.
Pessoalmente, acredito que a incontinência urinária seja decorrente mais do processo natural de envelhecimento do que da privação hormonal propriamente dita, já que se acentua anos após a menopausa. Entretanto, sua melhora é excepcional com o uso crônico e sistemático de estrogênio vaginal.

Esse estrogênio deve ser aquele que chamamos de estrogênio “fraco”, que é o estriol, para evitar os efeitos colaterais gerais quando de sua absorção pela mucosa vaginal. Assim mesmo, é contra-indicado nas mulheres com câncer de mama. E quando falo sobre o seu uso crônico, é porque uma ou outra aplicação eventual não traz qualquer benefício e a gente só observa resultado na qualidade da mucosa vaginal, quanto à elasticidade e lubrificação, e ao controle urinário, depois de meses de uso.
Esses temas não se esgotam, voltaremos a eles muitas outras vezes.

Dra. Luciana Nobile


Mais uma arma no controle da Bexiga Hiperativa

Recentemente, no Brasil, uma nova droga foi liberada para o uso no tratamento da Bexiga Hiperativa. Trata-se do Succinato de Solifenacina, medicamento da classe dosanticolinérgicos, e que tem o seguinte nome comercial: Vesicare®. Antes, praticamente, só existiam as opções de drogas anticolinérgicas que proporcionavam alguns efeitos indesejáveis, entre eles secura na boca e constipação intestinal (intestino “preso”). OVesicare® vem com uma nova proposta: a de minimizar a patamares aceitáveis esses efeitos colaterais. Mais uma arma no controle da incontinência urinária de urgência, a Bexiga Hiperativa.

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