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Ócio Criativo


São dez horas da manhã e você acabou de acordar, ainda de pijama, mas já está trabalhando. 
Toma um gole de café, lê alguns e-mail's, coloca um CD, põe os pés para cima e as mãos atrás da cabeça e começa a organizar como será seu dia de trabalho.
Este deve ser o sonho de muita gente e é também a descrição perfeita  de um trabalhador moderno segundo a teoria do ócio criativo do sociólogo italiano Domenico de Masi.
De Masi, nesta entrevista feita livro, afirma que vivemos em uma sociedade, que ele chama de pós-industrial, onde o homem é apenas mais um elemento produtivo, não há distribuição igualitária do poder, do saber e do trabalho e uma verdadeira obsessão consumista faz do homem um autômato sem tempo para desenvolver-se como um todo.
Ao constatar que  trabalhamos hoje, de forma tão primitiva como se fazia muito antes do surgimento da industria e de que nossas horas de lazer são mais uma compensação pelas horas trabalhadas do que verdadeiramente lazer, o sociólogo propõe a teoria do ócio criativo. 
Aqui, "ócio" não significa preguiça, sedentarismo ou alienação.
Talvez a melhor analogia que possa ser dada para exemplificar, seja a do poeta deitado na rede, compondo mentalmente seus versos.
 O ócio criativo significa, então, um exercício do sincretismo entre atividade, lazer e estudo, propondo ao homem que ele se desenvolva em todas as suas dimensões.
Domenico não prega a diminuição das horas trabalhadas, antes até um aumento, mas que a responsabilidade não seja tão estafante quanto a atividade de quebrar pedras. 
O que ele afirma é que deve haver uma fusão entre produção e prazer.  Se a necessidade é a mãe das invenções, o ócio é, então, o pai das idéias.
O grande entrave para a nova base econômica proposta por Domenico é que ela não mais se fundaria na cumulação de bens materiais, na obsessão pelo trabalho ou pela produção, o que significa interferir não só em grandes conglomerados e multinacionais, mas atingir diretamente a cultura de países e, mais especificamente, o modo de pensar de bilhões de indivíduos educados para se tornarem produtores-consumidores.
Longe de ser anacrônica, a teoria de Domenico já encontra adeptos em todo mundo. Inclusive nas grandes empresas há casos de empregados que desenvolvem suas atividades em casa ou mesmo possuem horários de trabalho totalmente flexíveis.
Mesmo àqueles para os quais a idéia do ócio criativo possa parecer intangível, a leitura ainda será proveitosa por se tratar de uma verdadeira aula de história da sociedade industrial.







Como o ócio criativo colabora na rotina

É necessário compreender a própria dinâmica pessoal de geração de ideias, com isso, a pessoa aprenderá a gerenciar seus momentos criativos mais importantes. A mente precisa estar instigada para perseguir soluções para determinado problema e, na sequência, temos que aprender a nos livrar dos nossos bloqueios criativos.
“Para tudo que realizamos na vida existe um método, até mesmo no namoro, ou seja, precisamos evoluir com nossos modelos mentais, crenças limitantes e propor uma ampliação da fluidez de ideias sobre determinado objetivo”, enfatiza Roberto Guimarães.
De acordo com Gisela o ócio criativo faz com que os profissionais tenham mais ideias, as quais serão originais e aplicáveis. “Por exemplo, no filme Argo, um agente da CIA salva um grupo de americanos fazendo com que eles se passem por uma trupe de cinema. Essa ideia surge justamente quando o agente está conversando com seu filho, que estava assistindo um filme. É muito importante que um profissional areje sua mente, conheça outras empresas, outros universos”, ressalta Kassoy.

Por que as pessoas temem a ausência de criatividade

Algumas pessoas temem não ser criativas, mas no mundo organizacional, o medo é de não ter ideias específicas quando houver uma demanda de inovação ou de uma resposta original. “É importante entender que, quando se pratica um trabalho prazeroso e criativo a separação trabalho/lazer deixa de existir. Quando as pessoas estão motivadas, a roda do cafezinho pode ser produtiva, e, por outro lado, não há nada de errado em ter ideias para o trabalho quando se está na praia”, conta a especialista.
O maior problema, segundo Guimarães, é que as pessoas seguem rotinas. Vão ao trabalho sempre pelos mesmos caminhos, utilizam-se de hábitos – aquilo que vai levar você ao mesmo lugar onde está hoje – e assim vão, lentamente, deixando os medos e a não participação tomar conta de suas vidas, encolhendo bastante a criatividade. “O outro aspecto considerável nos dias de hoje é o constante distrair da mente através da televisão, das novelas, esquecendo-se de ‘dar um tempo’ para que a mente, ocupada, possa se concentrar em novos desafios”, argumenta o consultor.

Como podemos aproveitar o tempo ocioso para produzir?

Em primeiro lugar, é preciso entender que a mente humana funciona sempre. O emprego ao qual estamos nos dedicando, aquilo no que estamos pensando está ocupando a nossa mente consciente. “ Em um nível não consciente estão a incubação e algumas formas de percepção, fundamentais para o processo criativo. Portanto a primeira regra é não ficar se torturando com culpa por não estar trabalhando. A mente continua captando e processando informações”, explica Gisela.
Outra dica interessante é sempre fazer anotações de ideias que surgirem, “pode pensar o que quiser atenção, você está livre para pensar o que bem entender. Não haverá castigo, então pense. Nesse dia de liberdade, você vai levar um susto, pois em vez das costumeiras 4 ou 5 soluções criativas diferentes, você irá gerar centenas”, resume Roberto Guimarães.






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