Aquela voz,
Que me domina e me persegue,
Me oprime e me penaliza,
Me aprisiona as ideias, os desejos e a audácia,
Lá vem ela, chega surrateiramente, e quando se manifesta torna-se ensurdecedora,
Aquela voz que me inflaciona a responsabilidade,
Que me exige a perfeição,
Que me estigmatiza a alegria,
Que me faz sentir culpado na derrota e no erro,
Aquela voz, que representa todas as vozes autoritárias,
Que representa um pai castrador,
Que manifesta a frustração de uma geração,
Que desumaniza,
Que repudia a criatividade,
Aquela voz que foi sendo implantada na minha mente,
Aquela voz que eu julgo ilusoriamente ser a minha própria voz,
Aquela voz, que representa todas as vozes negativas, castradoras, maledicentes,
Aquela voz que eu descobri dentro de mim, não mais tomará o controle da minha vida,
Jamais aquela voz se enraizará na minha alma consumindo tudo o que tenho de bom,
Jamais permitirei que perpetue e se materialize na minha desgraça,
Aquela voz, já não é mais a minha voz,
Aquela voz, tinha a voz que eu a deixava ter,
Aquela voz foi vencida pela minha voz,
A minha voz superou aquela voz,
Libertei-me daquela voz,
Hoje sou a minha própria voz,
Consciente, ouço-a,
Que bela a minha voz,
Que palavras positivas se fazem ouvir,
Palavras livres, assertivas, carinhosas, carregadas de sonhos, vontades, compaixão e vontade de gritar bem alto:
Eu sou a minha voz que se faz ouvir em mim.
- Miguel Lucas (ESCOLA PSICOLOGIA)
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