“A minha vida tem sido repleta de terríveis infortúnios, mas a maioria nunca aconteceu” (Montaigne)
Este estado afetivo caracterizado por um sentimento de insegurança; é um desejo ardente, uma aflição, uma incerteza em relação ao amanhã. É a sensação, às vezes, vaga de que algo desagradável está por acontecer.
Se o ser humano ganhasse um centavo cada vez que sentisse que algo ruim fosse lhe acontecer (quando na grande maioria das vezes, pode não acontecer, sobretudo, da forma imaginada), provavelmente estaria em boa situação financeira. Na verdade, o que acontece como conseqüência de suas ansiedades é que o ansioso não recebe tais moedas, mas uma importância muito grande de sofrimento inútil.
Cientificamente, Ansiedade é definida como reação de luta-ou-fuga. Ela pode manifestar-se das mais diversas formas como, tonteiras, vista turva, dormência ou formigamento, tensão muscular, falta de ar, fadiga, dilatação das pupilas, aceleração dos batimentos cardíacos, dilatação dos brônquios e musculatura enrijecida, insônia, confusão mental, vertigem, arrepios, transpiração excessiva, mãos úmidas, boca seca, tremores, dores pelo corpo, dificuldade em relaxar, vômitos, sensações de sufocamento ou asfixia, sensação de morte iminente, medo de enlouquecer, de perder o controle. Pode ainda, se manifestar através de somatizações, ou seja, o ansioso pode converter a ansiedade em problemas físicos, incluindo dores de cabeça, distúrbios intestinais, taquicardia, hipertensão, dores difusas pelo corpo, alergias, etc. Pessoas ansiosas queixam-se freqüentemente de distração, falta de memória e de concentração.
Ansiedade se traduz por pressa, ânsia por movimento, inquietação interior, aflição do corpo, para que aquilo que estiver acontecendo ou que se suspeita acontecer, seja logo concluído. A Ansiedade é o desejo de acabar logo, de terminar, de cessar a sensação física e psíquica do contacto com a realidade, nessa perspectiva esse desejo acaba sendo o representante do instinto de morte.
A Ansiedade não é algo que se possa nomear claramente como a raiva, a tristeza, a inveja ou ciúme. Esses sentimentos são claramente nomeados por nós, enquanto a ansiedade é sempre nebulosa, isto é, é percebida como algo desconfortável, ameaçador, embora sua função primordial seja nos preparar e proteger contra perigos reais e imaginários.
Na dose certa, o sentimento de Ansiedade pode ser positivo. O ser humano precisa de desafios para se desenvolver, precisa aprender a viver com níveis de ansiedade suficientes para atingir o nível mais alto do seu potencial.
A Ansiedade dentro de certos limites é natural e útil, uma vez que constitui um valioso recurso adaptativo e incita as pessoas a procurar e encontrar soluções positivas. Neste sentido é uma poderosa fonte de ação e evolução do próprio indivíduo. É um mecanismo que aumenta a probabilidade duma resposta apropriada ao perigo: a resposta “luta-ou-fuga”. Assim, certa dose de ansiedade é normal, até mesmo, benéfica.
A Ansiedade anormal ou patológica é uma resposta inadequada a determinado estímulo, em virtude de sua intensidade ou duração. Diferentemente da Ansiedade normal, a patológica paralisa o indivíduo, traz prejuízo ao seu bem-estar e ao seu desempenho.
Os principais Distúrbios de Ansiedade são: Ansiedade generalizada, Ansiedade induzida por drogas ou problemas clínicos, Síndrome do Pânico, Distúrbios Fóbicos (Agorafobia, Fobia social, Fobia generalizada etc.), Transtorno Obsessivo-compulsivo.
Aprender a lidar com Ansiedade é fundamental para garantir vida saudável.
Profa Dra Edna Paciência Vietta
Psicóloga Ribeirao Preto
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