Tentamos a todo custo não aceitar essa perda, procuramos o culpado, sofremos a dor de um luto, ficamos tristes, não aceitamos facilmente a nossa nova realidade. Nos prendemos a uma condição que não faz mais parte do presente, ficamos imersos no sofrimento, rememorando o fato acontecido. Algumas pessoas ao sofrerem uma perda dolorosa, sofrem sozinhas, longe das pessoas queridas, outras já sentem a necessidade de "sofrer junto" dividir o sofrimento com os amigos, e através do carinho dos mesmos, tentam fazer a travessia da dor.
Nessas duas maneiras, geralmente a autoestima é afetada, a pessoa encontra-se sem força para seguir, sem motivação para dá continuidade ao cotidiano. Porém, é necessário que a nossa história prossiga, por isso é fundamental deixar ir o que perdemos.
Deixar ir não é esquecer, não deixar de sofrer, não deixar de pensar, deixar ir é viver o presente que Deus destinou a nós, recusar o que não pode ser, acreditando no futuro, é aceitar o que a vida tem nos dado de presente, é aceitar a maneira que ela tem se apresentado a nós, é pensar como nós temos nos apresentado a ela. Devemos (ou pelo menos tentar) receber tudo com sabedoria, tudo na vida tem um lado positivo, a perda também tem, nem que seja o aprendizado -o que de longe já é um enorme presente- Lutar contra nossos medos, nossas tristezas, nossas dificuldades, nossos monstros diários é se aproximar da nossa humanidade, precisamos sofrer, chorar, e como diz a música, levantar, sacudir a poeira e dá a volta por cima, abrindo-se às novas possibilidades. Quando um ciclo se fecha, a vida nos presenteia com outro, talvez até melhor do que aquele que estávamos acostumados. Saímos de um sofrimento, na maioria das vezes, mais fortalecidos, mais humanos, saímos com outros valores, saímos maiores! Por isso é tão importante o deixar ir.(Marília Lopes)
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