Ser a pessoa certa no lugar certo e atingir o sucesso na carreira é possível com autoconhecimento, garante especialista. Conheça os modelos básicos de personalidade e seja quem realmente você é para ser bem-sucedido
Quem não conhece alguém que não permanece em emprego algum, que está sempre insatisfeito com o trabalho e com a própria vida? Quantos gestores já não selecionaram uma pessoa para ocupar a vaga errada? Na verdade, a pessoa certa no lugar certo e o desempenho bem-sucedido dependem muito do autoconhecimento e da visão de mundo de cada um. Quem garante é o consultor Eduardo Ferraz, especialista em neurociências e gestão de pessoas, que tem feito diversas palestras pelo Brasil sobre perfis ou modelos de personalidade e como isso está interligado diretamente à excelência profissional.
Segundo Ferraz, há três modelos básicos de processamento cerebral, e é de acordo com as características de cada um deles que as pessoas recebem e interpretam mensagens.: o visual, o auditivo e o cinestésico. A partir de um destes modelos predominantes, as informações são processadas. O desempenho na carreira, na vida pessoal e até mesmo a realização pessoal dependem do modelo que mais predomina e do conhecimento que a pessoa tem de si mesma. Mas como saber qual perfil é o mais influente?
“Metade da característica é ambiental, e o restante é genético”, explica o consultor, que está lançando o livroVencer é Ser Você (Ed. Gente) no dia 25 de abril, no qual detalha a fundo o conceito dos modelos de visão de mundo e apresenta um teste pelo qual é possível se descobrir qual é o perfil dominante.
Veja a seguir as características básicas de cada modelo e com qual você se identifica mais. Quanto mais elementos forem identificados, mais intensas são as características.
Visual: A pessoa em que predomina o modelo visual é mais rápida, ansiosa, agitada e impulsiva. “Quanto mais visual, mais é mandona, franca e sincera”, define Ferraz. Bons chefes, gerentes e gestores, em geral, são visuais. Outros elementos importantes são a capacidade de desempenhar várias tarefas ao mesmo tempo, gostar de prazos apertados, implantar projetos e cumprir metas.
Auditivo: É uma pessoa mais calma, tranquila, ponderada; prefere ouvir do que falar; é detalhista, organizada, tímida e perfeccionista. Prefere o previsível e a rotina. “É mais focada em tarefas e processos do que em gente”, ilustra. É rígido e formal. Gosta de tabelas, gráficos, concentração; “é alguém que não se importa de ter de refazer várias vezes as mesmas coisas, contanto que estejam corretas”. Para um auditivo, trabalhar com análises e cálculos é um prazer.
Cinestésico: É socialmente orientado. Gosta de gente, de falar, de aparecer; adora eventos, festas e oportunidades para comunicação. A desordem reina, mas a criatividade é solta. É extrovertido e precisa trabalhar em equipe. Gosta de correr riscos, prefere trabalhar na rua ou em funções que exijam contato com pessoas ou expressão verbal de ideias.
A partir da identificação de qual destes modelos predomina, a pessoa consegue então redirecionar seus objetivos. “Ninguém é só um destes modelos, mas tem um pouco dos três. Quando a pessoa entende isso, quando ela percebe quais características têm mais a ver com sua personalidade, ela vai se movimentar em direção à realização.”
Conforme Ferraz, quando a pessoa ignora esses elementos que compõem sua personalidade, as coisas correm mal: “Imagine uma pessoa em que predomina o perfil visual e trabalha em uma função mais adequada a um auditivo, como um escritório de contabilidade ou engenharia; um visual fechado em um escritório e tendo que obedecer alguém é um inferno!”. É aí que a pessoa sente que está no lugar errado. Se ela for visual, parte para outro emprego. Contudo, sem o autoconhecimento, absorverá informações de forma tortuosa, e seu martírio não terá fim. “A pessoa fica presa em um círculo vicioso, como um cachorro correndo atrás do próprio rabo”, ensina.
Como nem sempre os chefes conseguem ver que a pessoa não está na função correta, adequada ao seu perfil, e por sua vez a pessoa não sabe quais são suas características mais fortes, o seu desempenho fica comprometido e o que acontece, em geral, é a demissão. Adequar a quantidade e o tipo de informação à visão de mundo, assim, é fundamental para ser bem-sucedido na vida, pois o modelo vai interferir na forma como os dados são processados.
Realização passo a passoPara aplicar o filtro mais correto na forma como se recebe as informações, a chave é o autoconhecimento, que vai ajudar a identificar qual é o perfil que predomina. Saber quem você é possibilita corrigir o rumo das coisas. Acima de tudo, você vai saber quais são seus pontos fortes e fracos, e vai poder trabalhar mais aquilo em que é melhor. Também poderá consertar os seus pontos limitantes – aqueles defeitos que atrapalham o aprimoramento de um ponto forte. Por fim, diz Ferraz, ser quem exatamente quem você é vai trazer, naturalmente, a realização.
Ficou curioso? Então veja a seguir os 5 passos para saber quem você é com mais frequência:
1. Conheça-se. Identifique qual é o seu perfil predominante. Busque informações sobre o tema. O autoconhecimento é a chave para começar a mudar o rumo do que não está adequado ao seu perfil, e, em conseqüência, atrapalhando sua vida e sua realização.
2. Saiba quais são os seus pontos fortes. Qual é o seu talento natural? Existe alguma atividade que você faça com prazer e sem muito esforço? Aposte nesse caminho.
3. Esqueça os seus pontos fracos, os defeitos de que não gosta ou aquilo em que tem dificuldades. Não vai adiantar bater cabeça, insistir em adequar o seu perfil a características que não são suas. “Não é por aí”, indica Ferraz.
4. Conserte seus pontos limitantes. Por exemplo, você é um excelente negociador (perfil cinestésico), mas é muito desorganizado e isso atrapalha seu trabalho e ofusca seu talento natural. Mas você nunca vai conseguir ser totalmente focado na organização (auditivo). Nas palavras de Ferraz, “quem é desorganizado, deve ser menos desorganizado, e nunca tentar ser organizado: fica de ruim para médio. Consertado o ponto limitante, o seu talento brilha”.
5. Não force sua natureza. Um tímido (auditivo) jamais será um bom piadista ou alguém engraçadinho (cinestésico). O mandão (visual) não vai conseguir obedecer. “A gente vai ser feliz naquilo em que a gente pode ser o que a gente é”.
Por fim, uma dica para saber se sua carreira está no caminho adequado: “Se você gosta de pelo menos 60% do que faz, está no lugar certo. Os outros 40% são chateações da vida. E o inverso é verdadeiro: se você odeia 80% do que faz, sua carreira vai andar para trás – e vai acabar sendo demitido ou deixando o emprego”, resume o consultor.
Assista abaixo um trecho do vídeo sobre perfis de personalidade e como isso se relaciona com a carreira profissional, segundo o consultor Eduardo Ferraz.
Fonte &Créditos: clicrbs
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